Aqua Capital cria “plataforma” para defensivos biológicos

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De olho em um mercado que tem crescido 15% ao ano, a Aqua Capital, gestora brasileira de fundos de participações voltada ao agronegócio, anunciou hoje a criação de uma plataforma de produção e distribuição de defensivos biológicos.
A plataforma nasce da aquisição do controle da Total Biotecnologia, com sede em Curitiba (PR), e da união dessa empresa com a Biotrop, startup criada pela Aqua em 2018 em Vinhedo (SP) em parceria com Antônio Zem, biólogo de formação e ex-presidente para América Latina da FMC Soluções Agrícolas.
A aquisição do controle da Total Biotecnologia faz parte do pacote de R$ 400 milhões investido pela gestora nos últimos meses em seis empresas, a maioria delas da área de distribuição de insumos.
“Defensivos biológicos estão em expansão e queremos crescer acima da média do mercado”, disse Antônio Zem, sócio e presidente da nova plataforma. Os sócios-fundadores da Total, André Kniphoff e Ricardo Araújo, também permanecerão na gestão dos negócios.
As duas empresas continuarão operando de forma independente, mas compartilharão as unidades de produção. A Total terá produtos direcionados ao mercado de grãos (soja, milho e feijão) e a Biotrop centrará o foco em hortifrútis, cana, algodão, café e citrus.
Atualmente, a Biotrop tem dois produtos registrados no mercado de biológicos e mais 12 na fila para registro. Já a Total Biotecnologia detém 27% do mercado brasileiro de inoculantes (bactérias fixadoras de nitrogênio que reduzem a necessidade de adubação química), que movimenta R$ 320 milhões por ano.
Juntas, as empresas somam 10% de participação de mercado em biodefensivos, que inclui os inoculantes. “Esse mercado está em torno de US$ 350 milhões e queremos crescer o market share em 3% ao ano nos próximos cinco anos”, disse Zem. A previsão é que até 2023 o faturamento conjunto das empresas triplique e alcance R$ 200 milhões.
Mesmo sem novos investimentos em capacidade instalada, segundo Zem, a plataforma tem condições de atender ao crescimento de demanda do mercado por três anos.
A proposta da plataforma é também participar do mercado externo. Desde 2016, a Total, criada em 2005, mantém exportações para outros países da América Latina.
“Estamos inicialmente estabelecendo bases na Argentina, no Paraguai e na Bolívia. E estamos avaliando outros países, inclusive os Estados Unidos”, informou o presidente da plataforma.

Fonte: Valor Econômico

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